Uma das principais atividades do SIRGAS é a definição e materialização de um referencial geodésico para as Américas. Essa materialização se dá através do estabelecimento de uma Rede geodésica de referência, sendo esta uma atividade do Grupo de Trabalho I (GTI). Com este propósito, foram realizadas duas campanhas de medição GPS, uma no ano 1995 e outra no ano 2000, as quais estabeleceram as Redes SIRGAS95 e SIRGAS2000, respectivamente.
Tendo em conta o crescente número de estações permanentes GNSS estabelecidas no continente americano nos últimos anos, o GTI optou pela criação da Rede de Referência Contínua (SIRGAS-CON), a qual é composta pelas estações GNSS permanentes das Redes dos países da América Latina e Caribe. Na reunião do GTI, de maio de 2008, foi apresentada e aceita uma proposta de organização da Rede SIRGAS-CON envolvendo os seguintes componentes: Centros Operacionais Locais ou centros de dados, Centros Locais de Processamento, Centros de Combinação, e o Coordenador da rede. A maioria destes componentes existia, mas havia a necessidade de coordenar várias atividades e a responsabilidade de cada parte. Outra necessidade era a subdivisão da rede em sub-redes para que as estações fossem processadas por mais de um centro, permitindo uma redundância nas soluções e melhor análise dos resultados.
Atualmente (julho de 2014), a rede SIRGAS-CON é composta por aproximadamente 300 estações localizadas na América Latina, ilhas do Caribe e Antártica e distribuídas em:
I - Uma rede de cobertura continental (SIRGAS-C), caracterizando uma densificação do ITRF na América Latina e processada semanalmente pelo DGFI na qualidade de centro de análises IGS-RNAAC-SIR (IGS Regional Network Associate Analysis Centre for SIRGAS).
II - Redes nacionais de referencia (SIRGAS-N), que densificam a rede continental e são calculadas pelos Centros Locais de Processamento SIRGAS, sendo eles:
- a) CEPGE (Ecuador)
- b) CNPDG-UNA (Costa Rica)
- c) CPAGS-LUZ (Venezuela)
- d) IBGE (Brasil)
- e) IGAC (Colombia)
- f) IGM-Cl (Chile)
- h) IGN-Ar (Argentina)
- i) INEGI (México)
- j) SGM-Uy (Uruguay)
Tanto a rede continental como as nacionais têm as mesmas características de qualidade e cada estação é processada por três centros de processamento. Estes Centros geram soluções semanais semilivres (loosely constrained) das redes SIRGAS-N, as quais são combinadas posteriormente com a rede continental SIRGAS-C, determinando assim, as posições e velocidades de todas as estações. Esta tarefa é realizada pelo IBGE e pelo DGFI, e os resultados são disponibilizados para a comunidade através do servidor ftp.sirgas.org. As soluções "fixas" semanais são referidas à época da observação e ao ITRF vigente, atualmente o IGb08, uma realização do ITRF2008.
Estações Processadas
As estações pertencentes a rede SIRGAS-CON possuem equipamentos de dupla-freqüência e são materializadas através estruturas estáveis sobre as quais são instaladas no topo, dispositivos de centragem forçada.
Mais informações sobre a configuração de uma estação SIRGAS-CON pode ser encontrado no Guia de Instalação de Estações SIRGAS-CON.
Informações sobre cada uma das estações podem ser encontradas em: ftp://ftp.sirgas.org/pub/gps/DGF/station/log
Resultados
O Centro de Processamento SIRGAS - IBGE gera arquivos semanais no formato SINEX (Software Independent Exchange), da sub-rede processada pelo IBGE. Atualmente cerca de 120 estações pertencentes a rede SIRGAS-CON, localizadas na Argentina, Bolívia, Brasil, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Uruguai são incluídas neste processamento.
Os arquivos de resultados aqui disponibilizados são livres de injunções e podem ser utilizados no ajustamento de soluções diferenciais, na densificação de uma área qualquer. Estes arquivos estão disponíveis três semanas após a data do rastreio da observação. A seguinte denominação é adotada para os arquivos SINEX:
IBGwwww7.SNX ? Solução livre de injunções
(onde wwww = semana GPS)
Os arquivos de resultados são disponibilizados em: http://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_sobre_posicionamento_geodesico/sirgas/processamento/
As estratégias, parâmetros e modelos adotados para gerar os resultados semanais são:
Tipo de Observações | Dupla Diferença de Fase |
---|---|
Software usado | Bernese 5.0 (até a semana GPS 1779) e Bernese 5.2 (a partir da semana GPS 1780) |
Intervalo de coleta | 30 seg |
Ângulo de Elevação | 03º |
Estratégia de seleção das Linhas de Base | OBS-MAX (de acordo com a quantidade de observações em comum) |
Órbita/EOP | IGS final - IGb08 |
Modelo de Troposfera "a priori" | Função de mapeamento (Wet_VMF Vienna Mapping Functions) http://ggosatm.hg.tuwien.ac.at/delay.html |
Ambigüidades | estratégia QIF (Quasi Ionosphere Free) com mapas globais da Ionosfera produzidos pelo CODE (Centro de Determinação de Órbita da Europa) |
Modelo de Carga Oceânica | FES2004 |
Variação de Centro de Fase | PHAS_COD.I05 (Absoluto – IGS05) Período: 1199 a 1631 PHAS_COD.I08 (Absoluto – IGS08) Período: 1632 a 1779 PHAS_IGS.08 (Absoluto – IGS08) Período: a partir de 1780 |
Coordenadas e Velocidades "a priori" | IGS05 Período: 1199 a 1631 (1199 a 1399 – Reprocessado!) IGS08 Período: 1632 a 1708 IGb08 Período: a partir de 1709 |
Soluções Diárias | injunção livre (todas estações recebem injunção de 1metro) |
Soluções Semanais | 11 estações IGS (BRAZ, CHPI, CONZ, CRO1, ISPA, LPGS, MANA, OHIG, SANT, SCUB e UNSA) são usadas para injuncionar a solução semanal em ±0,1mm |
Formato das soluções diárias e semanais | Formato SINEX (arquivos SNX) |