Em março de 2009, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego - PME, a população composta pelas pessoas declaradas pretas ou pardas representava, 42,8% das 40,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade nas seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego. A Região Metropolitana de Salvador apresentou a maior proporção de pretos ou pardos (82,7%) e Porto Alegre a menor (12,6%). Embora a soma de pretos ou pardos representasse menos da metade (45,3%) da população em idade ativa, quando se considerava a população desocupada passava a representar a maior parcela, ou seja, 50,5% dos desocupados eram pretos ou pardos. A desigualdade em termos de inserção no mercado de trabalho também pôde ser verificada através da taxa de desocupação, que para este grupo (10,1%) situava-se num patamar acima da taxa de desocupação dos brancos (8,2%). Cabendo destacar, no entanto, que em 2003, primeiro ano completo da nova série da PME, a taxa de desocupação dos que se declararam pretos ou pardos era 14,4% e a dos brancos de 10,6% (Gráficos 3 e 4). A população em idade ativa preta ou parda era menos escolarizada que essa população branca, enquanto os primeiros tinham 7,6 anos de estudo, em média, os últimos tinham 9,1 anos. A evolução desse indicador no período 2003-2009 foi similar para os dois grupos (Gráfico 2). Em março de 2009, foi apurado, também, que 5,5% das pessoas pretas ou pardas com 10 a 17 anos de idade não freqüentavam escola (entre os brancos o percentual era de para 4,8%) e 10,0% das que tinham acima de 18 anos freqüentavam ou já freqüentaram curso de nível superior (28,7% para os brancos). Considerando as características de trabalho, por posição na ocupação, a categoria de trabalhadores domésticos foi a que apresentou a maior participação de pretos ou pardos (61,6%). Por grupamento de atividade, no total das seis regiões metropolitanas, a construção e os serviços domésticos foram os que mostraram predominância dos pretos ou pardos, ou seja, 59,6% das pessoas ocupadas na construção e 61,6% das pessoas ocupadas nos serviços domésticos pertenciam a esse grupo em março de 2009. Em relação aos rendimentos habituais, destacou-se que os pretos ou pardos recebiam em março de 2009, em média, R$ 847,71, ou 51% do rendimento auferido pelos brancos (R$ 1.663,88). A comparação com março de 2003 mostra crescimento maior dos proventos médios de pretos ou pardos, diante da evolução observada para os dos brancos (Gráfico 1). O diferencial entre os rendimentos médios de pretos ou pardos e do grupo de brancos em março de 2009 persistiu mesmo quando comparados dentro do mesmo grupamento de atividade, ou da posição na ocupação ou de faixa de escolaridade.