Em setembro de 2006, a população composta pelas pessoas declaradas pretas ou pardas representava, 42,8% das 39,8 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade nas seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego. A Região Metropolitana de Salvador apresentou a maior proporção de pretos e pardos (82,1%) e Porto Alegre a menor (13,1%). Embora a soma de pretos e pardos representasse menos da metade (42,8%) da população em idade ativa, quando se considerava a população desocupada passava a representar a maior parcela, ou seja, 50,8% dos desocupados eram pretos ou pardos. A desigualdade em termos de inserção no mercado de trabalho também pôde ser verificada através da taxa de desocupação, que para este grupo (11,8%) situava-se num patamar acima da taxa de desocupação dos brancos (8,6%). A população em idade ativa preta e parda era menos escolarizada que essa população branca, enquanto os primeiros tinham 7,1 anos de estudo, em média, os últimos tinham 8,7. Foi apurado também que 6,7% das pessoas pretas e pardas com 10 a 17 anos de idade não freqüentavam escola (entre os brancos o percentual caía para 4,7%) e 8,2% dos que tinham acima de 18 anos freqüentavam ou já freqüentaram curso de nível superior (25,5% para os brancos). Ainda em relação à educação, verificou-se que 20,1% dos pretos e pardos, com 10 anos ou mais de idade, tinham algum curso de qualificação profissional, enquanto na população branca este percentual subia para 25,3%. A população preta e parda era 3,8 anos mais jovem que a branca. Considerando as características de trabalho, por posição na ocupação, a categoria de trabalhadores domésticos foi a que apresentou a maior participação de pretos e pardos (57,8%). Por grupamento de atividade, no total das seis regiões metropolitanas, a construção e os serviços domésticos foram os que mostraram predominância dos pretos e pardos, ou seja, 55,4% das pessoas ocupadas na construção e 57,8% das pessoas ocupadas nos serviços domésticos pertenciam a esse grupo em setembro de 2006. Em relação aos rendimentos habituais, destacou-se que os pretos e pardos recebiam, em média, R$ 660,45, ou 51,1% do rendimento auferido pelos brancos (R$ 1292,19). O diferencial no rendimento médio entre pretos/pardos e brancos persistiu mesmo quando comparados dentro do mesmo grupamento de atividade, ou da posição na ocupação ou de faixa de escolaridade. Vale destacar que o rendimento domiciliar per capita em domicílios cujos principais responsáveis eram pretos ou pardos (R$ 417,23) era menos que a metade que naqueles onde os principais responsáveis eram brancos (R$ 950,46).