Em agosto de 2006, 2,7 milhões de trabalhadoras eram as principais responsáveis nos seus domicílios no total das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego. Tais mulheres representavam quase 30,0% da população feminina ocupada. Os resultados da pesquisa indicaram que 62,9% destas trabalhadoras eram mulheres com 40 anos ou mais de idade, apresentando idade média equivalente a 43,5 anos, superior a das trabalhadoras em outras condições no domicílio (34,6 anos) e menor grau de escolaridade que a população feminina ocupada, fato expresso pela comparação da média de anos de estudo das duas populações (8,7 e 9,5, respectivamente). O estudo revelou que 50,6% delas não tinham cônjuge e moravam com seus filhos e constatou que a inserção do grupo no mercado de trabalho através de atividades caracterizadas como informais (emprego sem carteira de trabalho assinada e trabalho por conta própria) foi maior que a observada para o total de mulheres ocupadas (29,8% e 29,1%, respectivamente). Destaca-se que 21,9% dessas mulheres eram trabalhadoras domésticas e que a participação desta categoria ocupacional no total da população feminina ocupada foi 18,0%. A pesquisa mostrou também que elas se submetiam a jornadas semanais mais longas (39,2 horas) que aquelas cumpridas pelas mulheres ocupadas (38,7 horas) e a rendimentos que, apesar de maiores que os auferidos pela população feminina ocupada, ainda eram precários. Com efeito, 78,6% das trabalhadoras que se encontravam na posição de principais responsáveis nos seus domicílios recebiam menos de 3 salários mínimos. Entre as mulheres ocupadas, o percentual correspondeu a 81,6%. No entanto, é importante considerar que 12,7% destas trabalhadoras obtinham rendimentos iguais ou superiores a 5 salários mínimos, percentual que foi superior ao estimado para a população feminina na mesma faixa de rendimentos (10,4%).