A apreensão e o acompanhamento do fenômeno urbano constituem elementos centrais para o entendimento da sociedade e do território brasileiros ao longo do tempo. Entre as diversas formas de abordagem da temática urbana e dos padrões espaciais resultantes, o monitoramento das áreas urbanizadas é uma das mais importantes, pois revela o quanto da paisagem permanece ou é transformado para padrões que evidenciam o espaço vivido expresso em formas espaciais típicas do fenômeno urbano, construídas segundo critérios de edificação e distribuição que permitem relações diárias de vizinhança e possibilitam que o relacionamento das pessoas ali presentes caracterize um tal modo de vida.
Com o lançamento desta edição do mapeamento das áreas urbanizadas, ano de referência de 2019, o IBGE implementa significativas alterações metodológicas e editoriais para a disseminação de tais resultados em relação à anterior, referida a 2015.
No que diz respeito às alterações metodológicas, destacam-se, em especial, aquelas ensejadas pela disponibilidade de imagens provenientes do Satélite Sentinel-2/MSI, com resolução espacial de 10 m como insumo-base, para o mesmo ano, em todo o Brasil, bem como a inclusão das áreas de loteamentos vazios, as quais, embora ainda não sejam, segundo a acepção conceitual presente, consideradas áreas urbanizadas, uma vez que não possuem os elementos de ocupação, vizinhança e circulação necessários para a conformação do que configura um modo de vida urbano, representam uma intervenção antrópica que aponta para uma tendência de crescimento da forma urbana, de interesse, portanto, para o monitoramento no longo prazo.
Em termos editoriais, alguns aprimoramentos visaram a atratividade do produto, cuja divulgação passou a ser realizada em duas partes: a primeira corresponde a um informativo, também disponibilizado em meio impresso, que apresenta comentários analíticos sobre os principais resultados do ano de referência, ilustrados com cartogramas, tabelas e gráficos, enquanto a segunda, publicada em separado e acessível apenas em meio digital, traz notas técnicas que fornecem um amplo panorama metodológico do estudo, com informações sobre os principais procedimentos operacionais adotados.
Os resultados completos do presente mapeamento, cumpre destacar, permanecem alinhados com a chamada “agenda urbana”, que consiste em um conjunto de preocupações e demandas de planejamento capitaneadas pelas Nações Unidas e que também nortearam a edição pregressa. Eles estão disponibilizados no portal do IBGE na Internet, na página do estudo Áreas Urbanizadas, bem como na Plataforma Geográfica Interativa - PGI, também acessível nesse canal. A base de dados geoespaciais desse mapeamento, em formato vetorial, pode também ser consultada em associação com os demais temas do Banco de Informações Ambientais - BDiA. Além disso, no Sistema IBGE de Recuperação Automática - Sidra, há a possibilidade de construção de tabelas para diferentes recortes geográficos, de acordo com a perspectiva de interesse dos usuários.
Informações sobre a edição anterior, cuja comparabilidade com os dados atuais exige ressalvas e procedimentos específicos, podem ser obtidas na publicação Áreas urbanizadas do Brasil 2015, divulgada na Série Relatórios Metodológicos, também disponibilizada no portal, que abarca os resultados completos de todas as edições do mapeamento desde 2005.