As estatísticas ambientais constituem uma importante dimensão do saber científico sobre a biodiversidade, contudo o simples acréscimo de novos elementos a esses acervos informacionais pode não se traduzir, necessariamente, em novos conhecimentos, uma vez que as bases de dados já disponíveis no País, produzidas por variadas instituições, demandam a avaliação criteriosa de seu potencial, com vistas à eficiência do conjunto de dados já existentes.

Ciente de sua condição de coordenador do Sistema Estatístico Nacional - SEN, responsável que é pela produção, sistematização e disseminação de estatísticas econômicas, sociais e ambientais sobre o País, o IBGE divulgou as primeiras informações sobre a contabilidade do capital natural em 2020, contemplando, na ocasião, o uso da terra nos biomas brasileiros. Desde então, outros estudos institucionais vieram a público, como o realizado sobre as espécies ameaçadas de extinção no Brasil, tema relevante para um dos países mais biodiversos do mundo, refletindo, dessa forma, o seu alinhamento ao esforço internacional para a mensuração dos ecossistemas e de sua importância para a sociedade. 

Com o lançamento desta publicação, o IBGE reporta uma avaliação da qualidade e das coberturas espacial e temporal dos registros de ocorrência de espécies disponibilizados no Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira - SiBBr, plataforma governamental que integra dados e informações sobre a biodiversidade provenientes de diferentes fontes. As avaliações apresentadas foram realizadas a partir dos registros de nove grupos taxonômicos representativos de diferentes tipos de ecossistemas e que possuem distribuição no Território Nacional: anfíbios, artrópodes, aves, fungos, mamíferos, moluscos, peixes ósseos, plantas vasculares e répteis.

As informações geocientíficas ora divulgadas, cumpre destacar, são experimentais, isto é, estão sob avaliação porque ainda não atingiram um grau completo de maturidade em termos de harmonização, cobertura ou metodologia. Espera-se, no entanto, que as métricas utilizadas na presente investigação possam contribuir para a identificação de lacunas no conhecimento, a definição de prioridades de pesquisa e a seleção de áreas que já disponham de dados considerados suficientes para a elaboração de estudos-piloto, bem como para a detecção das principais limitações dos dados, ensejando, por fim, o favorecimento de estratégias de qualificação e complementação dessas informações.

Esta publicação também está acessível no portal do IBGE na Internet, que disponibiliza ainda outros estudos institucionais relacionados à temática ambiental, a exemplo das Contas Econômicas Ambientais.